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Radicais do PL enxergam jogo duplo de Valdemar na relação com governo Lula

Integrantes da ala radical do PL enxergam jogo duplo de Valdemar Costa Neto nas articulações envolvendo uma aproximação das bancadas do partido com o governo Lula (PT). Apesar de estar oficialmente na oposição, a sigla está dividida e, como mostrou a coluna, os chamados "moderados" abriram negociações com o Palácio do Planalto.
Publicamente, Valdemar continua apoiando Jair Bolsonaro (PL), porém, nos bastidores, o presidente do partido estaria liberando seus parlamentares para negociarem cargos com o governo petista. Um dos insatisfeitos com esse movimento pendular do dirigente é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A um interlocutor, Valdemar afirmou que não aprova as conversas de parlamentares do PL com o governo federal, "mas que não tem como segurar o grupo nem como proibir o diálogo". Os radicais do partido, no entanto, desconfiam que exista até um incentivo do dirigente para que as negociações avancem.
Em São Paulo, por exemplo, parlamentares ligados a Valdemar Costa Neto estão em conversas com o governo federal por cargos no Porto de Santos, onde o presidente do PL manteve influência por vários anos. Assim como no estado que é o berço político de Valdemar, as vagas de escalões inferiores e de empresas e autarquias federais em todo o país têm sido usadas pelo Planalto para seduzir não apenas o PL, mas também o PP e o Republicanos.
Também foi vista com desconfiança pelos radicais ligados ao clã Bolsonaro a aproximação entre o deputado estadual André do Prado e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). No domingo (5), eles participaram de um encontro na Grande São Paulo, acompanhados de prefeitos do PL.
André do Prado é o favorito para ser o novo presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, a partir de março próximo. Ele sempre foi apontado como um articulador da extrema confiança de Valdemar Costa Neto e ocupou cargos importantes na estrutura do PL.
Incertezas. O clima no PL é de total desconfiança. Se os radicais acham que Valdemar Costa Neto faz jogo duplo, os moderados acusam o grupo ligado a Bolsonaro de tentar explodir o partido, com o apoio a atos golpistas, e de não cumprir acordos, como o ensaio de uma candidatura contrária a Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados. As divisões e incertezas quanto ao futuro da sigla, disse um de seus líderes à coluna, favorecem as investidas do governo federal e, nos bastidores, já é dado como certo que quase metade dos 99 deputados federais do PL devem votar com o Planalto em pautas importantes.
Do grupo radical do Congresso fazem parte, por exemplo, os deputados federais Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Ricardo Salles (SP) e Eduardo Bolsonaro (SP) e os senadores Flávio Bolsonaro (RJ) e Rogério Marinho (RN).
A ala moderada do PL ganhou força internamente após a derrota de Marinho (RN), que tinha o apoio de Bolsonaro, na disputa pela presidência do Senado. Outro fator que tem favorecido esse grupo que não pretende manter uma posição radical de confronto com o governo Lula é a demora do ex-presidente em retornar ao Brasil. Como mostrou a coluna, líderes da oposição avaliam que Bolsonaro está perdendo todas as chances de liderar a direita e o antipetismo.
Entre os chamados moderados, estão os deputados federais Josimar Maranhãozinho (MA) e Vinícius Gurgel (AP). No Senado, Eduardo Gomes (TO) é visto como um canal de diálogo entre o PL e o governo Lula.
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