Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Cármen Lúcia leva duas rasteiras no STF em um mês

As ações que chegam no STF (Supremo Tribunal Federal) são sorteadas para um relator entre dez ministros - o presidente, Luiz Fux, não participa do sorteio. Dessa forma, em tese, quem entra com uma causa na Corte não sabe previamente quem vai julgar o processo. Na prática, esse sistema tem sido ludibriado, permitindo que os autores das ações escolham o relator. Em maio, aconteceu ao menos duas vezes.
A primeira vez foi quando a Polícia Federal entrou com pedido de busca e apreensão contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em vez de entrar com uma ação nova, a PF apresentou petição em um processo de relatoria do ministro Alexandre de Moraes sobre Salles que já tinha até sido arquivado.
Com essa estratégia, a PF, na prática, escolheu o relator do pedido de busca e apreensão. O caminho natural seria a PF fazer o pedido em uma ação nova. Se fizesse isso, o caso seria encaminhado para o gabinete da ministra Cármen Lúcia, relatora de duas notícias-crimes que tramitam no STF para investigar se Salles beneficiou madeireiros ilegais na Amazônia.
Em novo episódio semelhante, o PT entrou nesta semana com pedido no STF para suspender a realização da Copa América no Brasil. Da mesma forma, em vez de entrar com uma ação nova, o partido peticionou em um processo sobre vacinas, de relatoria de Ricardo Lewandowski. A ação é a mesma na qual o ministro determinou que o governo federal adotasse medidas no enfrentamento à pandemia.
O PSB, por sua vez, entrou com outra ação contra a Copa América. A causa foi sorteada para a relatoria de Cármen Lúcia. Ou seja: se o PT não tivesse escolhido o relator, o sorteio conduziria a ação para o gabinete da ministra. Por conta da manobra, dois ministros do STF são relatores do mesmo tema - o que, em tese, pode gerar decisões díspares sobre o assunto.
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