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Chico Alves

Uso político da vacina contra covid-19 é nova forma de amoralidade nacional

O presidente Jair Bolsonaro com caixa de cloroquina durante Cerimônia de Posse de Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde - Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro com caixa de cloroquina durante Cerimônia de Posse de Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde Imagem: Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

20/10/2020 08h46

Como se não bastasse o flagelo mundial que representa a pandemia de coronavírus, as autoridades brasileiras acrescentaram ao cenário desolador um sofrimento a mais. Nem mesmo diante de uma crise sanitária que até agora tem saldo de 5,2 milhões de infectados e 154 mil mortos no país deixaram de lado o hábito de superfaturar compras e contratações para embolsar dinheiro público.

Esse crime abjeto foi praticado por alguns governadores e secretários de Saúde, que receberam a visita da Polícia Federal e estão sendo investigados por isso.

O próprio governo federal usou dinheiro de uma doação de empresa privada que deveria servir para compra de máscaras e insumos na pandemia e encaminhou para os cofres de algumas ONGs do programa tocado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, sem que fosse feita licitação.

Esses cambalachos já seriam graves o bastante. Nos últimos tempos, porém, o buraco brasileiro tem sido sempre mais embaixo.

Enquanto a população espera ansiosa que cientistas coloquem em circulação um medicamento capaz de imunizar a todos contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro, em sua rivalidade com o governador João Doria, resolveu politizar (no pior sentido) a discussão sobre a vacina.

Diante da possibilidade de que o governo paulista consiga concluir os testes da vacina desenvolvida na China antes de o governo federal ter à disposição a imunização criada pela Universidade de Oxford, com quem tem convênio, Bolsonaro tem se posicionado publicamente como um obstáculo a mais na tarefa de Doria colocar o medicamento à disposição do público.

Começou com a crítica à possibilidade de que a vacina testada em São Paulo seja obrigatória. Nas entrevistas sobre o assunto, ironizou o governador paulista, dizendo que ele quer se arvorar em "médico do Brasil", receitando medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada.

Inacreditável ouvir isso do homem que há meses não perde oportunidade de usar o peso do cargo para propagar a cloroquina, remédio que cientistas de todo o mundo disseram ser ineficaz contra o coronavírus.

No pronunciamento de ontem, no entanto, Bolsonaro foi mais longe.

Depois de soltar platitudes, como a observação de que qualquer vacina a ser usada no país "tem que ter comprovação científica" e "tem que ser aprovada pela Anvisa", o presidente desenvolveu um raciocínio que denota algo muito grave.

Com expressão semelhante ao de um garoto que é dono da bola e diz ao seu rival que não vai deixá-lo jogar, Bolsonaro avisou que a aprovação da Anvisa não será feita "a toque de caixa" e nem "de uma hora pra outra".

Ninguém espera que a Vigilância Sanitária faça seu trabalho de forma descuidada. No contexto em que fez essas afirmações, no entanto, a fala de Bolsonaro deixa uma dúvida no ar: a Anvisa vai tornar seus procedimentos propositalmente mais lentos apenas para retardar a aprovação de uma vacina cuja responsabilidade é do rival político do presidente?

Com o risco à vida e outras sequelas que a covid-19 representa, isso seria algo muito grave, crueldade talvez sem paralelo na história contemporânea recente. Sairíamos do campo da imoralidade para a amoralidade, a falta total de parâmetros morais.

Se não há risco de boicote, que as autoridades federais venham a público para acabar com essa dúvida.

No mesmo pronunciamento, Bolsonaro voltou a descartar que a vacinação contra o coronavírus seja obrigatória, fazendo exatamente o oposto que qualquer chefe de Estado deveria fazer, que é incentivar a população a imunizar-se.

Pouco depois, o presidente pôs-se defender a eficácia de um vermífugo para combater a covid-19, baboseira chancelada pelo astronauta que ocupa o Ministério da Ciência e Tecnologia, mais uma vez se colocando contra todas as evidências científicas.

Tantas barbaridades ditas em tão pouco tempo deveriam ser apreciadas em detalhes pelos operadores da Justiça e pelos psiquiatras, para as medidas cabíveis.

Enquanto isso não acontece, pede-se ao presidente apenas que tenha respeito às vítimas da pandemia e pense duas vezes antes de dar a próxima declaração sobre covid-19.