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Chico Alves

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

A julgar pelo Jacarezinho, nosso conceito de barbárie não tem limites

06.05.2021 - Policiais carregam baleado durante operação contra o tráfico na comunidade do Jacarezinho, no Rio, deixa dezenas de mortos - REUTERS / Ricardo Moraes
06.05.2021 - Policiais carregam baleado durante operação contra o tráfico na comunidade do Jacarezinho, no Rio, deixa dezenas de mortos Imagem: REUTERS / Ricardo Moraes

Colunista do UOL

28/05/2021 16h36

Os limites da palavra "barbárie" são testados há muitas décadas no Rio de Janeiro. Ao longo do tempo, a escalada da crise da segurança pública no estado proporcionou tantos fatos e imagens absurdas que muitos já não se chocam mais.

De um lado, estão os métodos cruéis de traficantes e milicianos, que torturam e matam seus oponentes com requintes de sadismo. Do outro, a truculência da polícia, que costuma entrar nas favelas como um exército avança sobre o território inimigo, atirando para todos os lados.

Espremida entre os dois adversários, a população pobre fluminense vai tocando a vida, tentando se manter viva. Essa falsa normalidade só é abalada quando os absurdos tomam proporções excepcionais, a ponto de chamar atenção do mundo.

Foi assim no morticínio de 28 pessoas resultante da operação policial na favela do Jacarezinho, no dia 6 de maio. Não bastasse a matança, depoimentos de testemunhas têm revelado os detalhes horrendos dessa desastrosa ação daqueles que deveriam ser os agentes da lei.

A extensão da barbárie pode ser melhor compreendida com a leitura da matéria "Presos no Jacarezinho dizem à Justiça que apanharam para carregar 10 corpos", dos jornalistas Igor Mello e Lola Ferreira, publicada no UOL.

Na audiência de custódia, homens que foram presos na operação do Jacarezinho contam como foram obrigados por policiais a carregar 10 corpos. Um deles explica que tentou se negar.

"Já comecei a chorar, e eles: 'Chora não!', querendo pegar minha cara e tacar nas tripa [sic] do moleque que estava pra fora", relatou. "Bora, mete a mão logo!'. Aí começou [sic] várias porradas pra gente meter a mão. Mais de dez corpo [sic] ele fez isso comigo".

A acusação será investigada e, portanto, ainda não estão provados os crimes denunciados na audiência.

Mas é assustador constatar que boa parte dos moradores do Rio de Janeiro sabe que relatos assim são verossímeis.

Os cariocas se acostumaram com a ideia de que nos enclaves de pobreza dos morros e outros recantos da cidade não vigora a mesma lei do asfalto. Nas favelas, traficantes e policiais se sentem com liberdade de fazer o que lhes der na telha.

No caso dos policiais é mais grave: são eles os agentes do Estado, servidores pagos para manter a segurança pública. Os criminosos deveriam estar do outro lado.

A falta de punição aos abusos policiais resulta no surgimento de monstros que se valem da autoridade para transformar o cotidiano dos moradores da favela em filme de terror. Basta imaginar a cena de um homem que se vê obrigado a carregar um corpo destroçado por tiros, sob ameaça de ter o rosto esfregado nas vísceras do cadáver.

Como em outras vezes, o horror se completa com o aplauso de parte da população brasileira, que apoia qualquer tipo de violência para se ver livre dos "bandidos".

Apesar de tantos protestos, todos sabemos que, com o tempo, o caso do Jacarezinho não ará de uma lembrança vaga na mente de alguns - especialmente parentes dos mortos e ativistas de direitos humanos. A vida no Rio de Janeiro seguirá seu rumo.

Até o próximo caso, em que o conceito de barbárie será estendido ainda mais.