Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo o a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Representante de delegados da PF: 'Quem investiga o governo sofre prejuízo'

Dois dias antes de Ricardo Salles sair do governo, o delegado Franco Perazzoni, que comandou no mês ado uma operação contra o ex-ministro do Meio Ambiente, foi retirado da chefia da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal. Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, o significado da mudança é claro.
"Essa atitude a um recado de que quem fizer investigação contra o governo será prejudicado na sua carreira", lamenta Paiva. "É algo que vai contra o que nós sempre lutamos, a liberdade de fazer as investigações".
Perazzoni acumulava a chefia da delegacia com a condução das investigações da Operação Akuanduba, que fez buscas e apreensões nos endereços de Salles e outros 21 investigados, entre servidores do ministério, dirigentes do Ibama e empresários do ramo madeireiro. O objetivo é apurar se o agora ex-ministro atuou para afrouxar o controle do Ibama sobre a exportação de madeira. Perazzoni estava cotado para ser diretor regional de combate ao crime organizado.
O delegado não só não se tornou diretor como perdeu a chefia da delegacia. "A leitura é que isso aconteceu por conta da investigação que ele está conduzindo", critica o presidente da ADPF. "O colega fica numa situação difícil e para os demais delegados a o recado que nós estamos em uma época em que quem fizer investigação contra o governo terá prejuízo".
Para Paiva, o apoio institucional é importante, especialmente em investigações contra pessoas que têm poder político e econômico alto. "Se você não tem esse apoio, se a própria instituição sinaliza que você está sozinho, aí realmente a própria autonomia investigativa fica comprometida".
Na visão de Paiva, a imagem que o presidente defende, de opositor da corrupção, fica prejudicada por essas atitudes. "O governo a recados há um bom tempo que toda vez que atinge aliados ou os seus próprios integrantes há retaliações", afirma.
Apesar de tudo, o representante dos delegados acredita que as investigações vão continuar, doa a quem doer.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, , ler e comentar.
Só s do UOL podem comentar
Ainda não é ? Assine já.
Se você já é do UOL, faça seu .
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.