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Ronilso Pacheco

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Interpretação 'militarizada' da Bíblia guia apoio de evangélicos a Israel

1.jan.2019 - Homem levanta bandeira de Israel na posse de Jair Bolsonaro à Presidência - Reuters
1.jan.2019 - Homem levanta bandeira de Israel na posse de Jair Bolsonaro à Presidência Imagem: Reuters

Colunista do UOL

20/05/2021 04h00

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Neste momento, o conflito entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza entra em sua segunda semana, com uma incalculável desvantagem para os palestinos, diante da imensa superioridade bélica dos israelenses.

Até agora, o conflito produziu a perda de dez vidas israelenses contra 212 palestinas. Apesar dos números expressarem um claro desequilíbrio de forças, o campo evangélico conservador e fundamentalista no Brasil, assim como o norte-americano, tem demonstrado cada vez mais apoio incondicional a Israel.

Precisamos discutir como (e por que) muitas dessas lideranças constroem esse apoio incondicional, e fazem crer que criticar as escolhas políticas e militares da extrema-direita israelense, sob a liderança de Benjamin Netanyahu, seria ir contra a própria vontade de Deus.

Apresento a seguir quatro principais razões.

A garantia de uma bênção a quem se posicionar a favor de Israel: o primeiro livro da Bíblia, Gênesis, menciona que Deus ofereceria uma bênção às nações que apoiassem a descendência de Abraão. "Abençoarei aqueles que te abençoarem e amaldiçoarei a quem te amaldiçoar; e todos os povos da terra serão abençoados por meio de você."

A interpretação literal desse texto faz com que muitas lideranças evangélicas ainda usem o argumento para que Israel não seja questionado sobre suas atitudes.

O povo escolhido de Deus: outro aspecto dessa leitura literal da Bíblia inclui a crença de que os judeus são descendentes de Abraão e, portanto, o povo escolhido de Deus. A posição daria a Israel condição de agir sem ser questionado, já que o único a ser "autorizado" a repreendê-lo seria o próprio Deus.

Escatologia: expressão comum neste segmento religioso, ela significa basicamente que "as coisas do fim" estão para acontecer, e os evangélicos incluem aqui certa interpretação do livro do Apocalipse, o último da Bíblia. Nele, Israel tem papel fundamental no julgamento das nações e dos povos que teriam negado a Cristo, incluindo a própria nação israelense.

Valores culturais e religiosos compartilhados: pode-se argumentar que o apoio evangélico a Israel está enraizado na crença em uma cultura ocidental compartilhada, incluindo religião, ética, tradições, costumes e etiqueta. A partir dessa perspectiva, o apoio a Israel reflete um senso de parentesco cultural e sentimentos de valores culturais e éticos compartilhados entre judeus e cristãos no mundo.

Há contudo outros três fatores importantes para o apoio incondicional de evangélicos a Israel. Eles são pouco enfatizados em estudos mais gerais, mas marcam forte presença na realidade brasileira.

1 - O primeiro fator são os hinos evangélicos, cantados principalmente, mas não apenas, nas igrejas pentecostais e neopentecostais. Poucos pesquisadores levam em conta como os hinos forjam a mentalidade evangélica, sobretudo a partir da década de 1990. Em muitos dos hinos, Israel e Judá tem um lugar privilegiado de importância e poder.

"Homem de guerra é Jeová, seu nome é temido na terra, a todos os seus inimigos venceu", diz um dos hinos.

"O nosso general é Cristo, nenhum inimigo nos resistirá, ó esperança de Israel", diz outro.

"Vem com Josué lutar em Jericó [cidade bíblica]." "Chora, Israel, clama ao teu Deus e Ele te ouvirá/ Do inimigo te libertará." "Impérios reconhecem que sua destra reinará, Leão de Judá."

2 - O mito das vitórias de Israel em guerras anteriores. É comum pastores enfatizarem como Israel vence "todas as guerras" contra seus "inimigos". Outra construção de um Israel inventado.

De fato, Israel tem vitórias significativas, como a árabe-israelense (1948-49) e a Guerra dos Seis Dias (1967). Mas em guerras como a do Canal de Suez, de 1956, Israel teve apoio da França e da Inglaterra.

Além disso, as guerras entre 1993 e 2014 foram conflitos não necessariamente contra nações organizadas, mas contra movimentos como o Fatah, o Hamas e o Hezbolah. A superioridade bélica de um país é inquestionável contra organizações, facções ou milícias armadas. Mas essas vitórias foram suficientes para criar o mito de que "Deus protege Israel".

Pastores fundamentalistas costumam recorrer a esses "fatos" para darem provas de que se Israel não fosse um povo escolhido já teria sido eliminado.

3 - Por último, um ponto destacado pelo sociólogo e pastor Clemir Fernandes, em entrevista à revista Carta Capital em 2019: a ênfase na afirmação da hierarquia e da autoridade.

Em sua perspectiva, essas lideranças políticas e religiosas não se apropriaram à toa da ideia de apoiar Israel. Há todo um conjunto de interpretações do Antigo Testamento que favorece o modelo de governança política e de gestão religiosa centrado na liderança autoritária, hierarquizada e sem abertura para discussão.

Isso interessa aos líderes religiosos e aos governantes que se aliam a esse tipo de estratégia porque não se critica o pastor, não se critica o bispo ou o presidente.

Essa idealização militar e autoritarismo servem muito bem ao bolsonarismo e a seus pastores, apoiadores incondicionais de Israel.

Defender Israel tem menos a ver, portanto, com o apoio à história do povo judeu, sua perseguição ou mesmo com as dores do holocausto, e mais com a identificação com este ar de superioridade, força, autoridade e mística em torno de Israel.

Aliás, basta dizer que muitos judeus em Israel sequer entendem a euforia de evangélicos brasileiros com o país e o uso, quase indiscriminado e sem sentido, de sua bandeira.