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Esposa de Evaldo Rosa teme que militares saiam impunes na Justiça Militar

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio

13/10/2021 04h00

Começa hoje o julgamento dos 12 militares acusados de matar o músico Evaldo dos Santos Rosa, 51, e o catador de latinhas Luciano Macedo em abril de 2019 em Guadalupe, zona norte do Rio. O corpo de Evaldo foi atingido por nove tiros, e seu carro, por 62 —ao todo foram 257 disparos de fuzil e pistola.

Os acusados serão julgados na Justiça Militar pela juíza Mariana Aquino e quatro oficiais com graduação acima dos réus. "O julgamento já tinha sido adiado três vezes, isso me deixou muito angustiada. Você fica com um medo tremendo da impunidade. Hoje meu sentimento é de alívio e de medo, já que eles serão julgados por eles mesmo. Tenho medo que o caso do meu esposo seja mais uma estatística", disse Luciana Nogueira, 43.

Após as manifestações do Ministério Público Militar e da defesa, a Justiça Militar decidirá pela condenação ou absolvição dos acusados pelos dois homicídios, uma tentativa de homicídio e omissão de socorro. As testemunhas e os réus, que respondem aos crimes em liberdade, já foram ouvidos previamente.

Luciana conta que a vida dela e do filho Davi, de 9 anos, virou do avesso desde 7 de abril de 2019. Os dois saíram da casa própria em Marechal Hermes para morar de aluguel em Colégio, zona norte do Rio. O menino precisou mudar de escola e a técnica de enfermagem acumulou as funções de mãe e pai.

"O Davi entende tudo o que está acontecendo, eu faço questão de explicar para ele. Tem dias que ele acorda chorando, triste. Quando eu pergunto o motivo, ele fala: 'Tiraram a chance de eu ver o meu pai velhinho'. Ele sente muitas saudades e sabe que o pai não merecia ser morto da forma que foi."

7.abr.2019 - Carro em que músico foi morto ao ser baleado por homens do Exército - 07.abr.2019 - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo - 07.abr.2019 - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
7.abr.2019 - Carro em que músico foi morto ao ser baleado por homens do Exército
Imagem: 07.abr.2019 - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

André Perecmanis, advogado da família de Evaldo e assistente de acusação, diz acreditar na condenação dos 12 acusados.

"A gente confia e acredita muito na Justiça Militar, até porque esse julgamento vai colocar em xeque a própria instituição, o Exército, reforçar os valores, o respeito à vida, o compromisso e a proteção a população. Nós acreditamos que os responsáveis por esse crime receberão as condenações devidas", diz o defensor.

"Tenho tentado recomeçar a minha vida novamente, até por causa do meu filho, mas nada vai ser como antes. Eu nasci de novo, minha família, meu filho, nasceu de novo, mas é um trauma muito grande. Foram 27 anos de companheirismo, perdi meu melhor amigo. Todos nós sabemos que um dia vamos partir, mas nunca imaginei que uma coisa dessas aconteceria comigo", afirma Luciana.

A técnica de enfermagem trabalha em um hospital particular e, desde a perda do marido, tanto ela quanto o filho fazem acompanhamento psicológico. Entre a luta por justiça, cuidados com o filho e as despesas da casa, Luciana teve que lidar com a redução de quase R$ 3.000 na renda familiar. Hoje, vive com o salário de técnica de enfermagem e uma pensão concedida pela União.

"Minha família foi destruída. Não teve ordem de parada, não tinha ninguém correndo, não tinham outros carros, nada. Eles simplesmente atiraram. Comecei a gritar, a pedir ajuda, a população veio, o Corpo de Bombeiros chegou, um dos militares tinha o ar de riso. Estavam com a arma em punho, e eu desesperada, gritando", relembra a esposa de Evaldo.

"Eles queriam mudar a história, botar a mão no carro, mas eu não deixei, falei que eles não iriam mudar a história", diz Luciana.

Defesa pede justiça, e não 'justiçamento'

Paulo Henrique Pinto de Mello, que defende os réus, disse ao UOL que eles estão preocupados, mas conscientes de sua inocência.

"A expectativa é de que se faça justiça em relação a meus clientes, e não justiçamento. As provas constantes dos autos são cristalinas e demonstram que eles agiram em todos os momentos nos estritos limites da lei. Logo, o que esperamos é a absolvição dos militares."

"A sessão de julgamento, onde vamos poder mostrar ao conselho todas as provas, trarão à luz fatos não divulgados pela imprensa até aqui e parte deles já reconhecidos pela própria acusação que pede absolvição de parte das imputações e de parte dos militares em todas as impugnações", disse o advogado Paulo Henrique Pinto de Mello.

Relembre o caso

Na tarde daquele domingo, Evaldo seguia de carro junto com a família para um chá de bebê quando foram alvejados por dezenas de disparos efetuados por militares.

Os acusados são Fabio Henrique Souza Braz da Silva, Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva de Barros Lins, Ítalo da Silva Nunes Romualdo, João Lucas da Costa Gonçalo, Leonardo Delfino Costa, Leonardo de Oliveira de Souza, Marlon Conceição da Silva, Matheus Santanna Claudino, Paulo Henrique Araújo Leite, Vitor Borges de Oliveira e Wilian Patrick Pinto Nascimento.

Dentro do carro do músico, também estavam o sogro, Sérgio Gonçalves de Araújo, 59 —que foi atingido de raspão—, Luciana, o filho do casal —então com 7 anos— e uma amiga da família.

O catador Luciano Macedo viu a cena e tentou ajudar a família, mas também acabou sendo baleado. Ele foi socorrido, mas morreu 11 dias após o crime.

Os militares chegaram a ser presos em 2019, mas foram soltos após a decisão do STM (Superior Tribunal Militar) que concedeu a eles o direito de aguardar o julgamento em liberdade. Eles foram afastados das funções nas ruas.

Na época, eles disseram que confundiram o carro da família com o de criminosos que, pouco tempo antes, teriam roubado um veículo da mesma cor.