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Por que a zona norte do Rio concentra 58% das chacinas policiais

Moradores do Complexo do Alemão levam corpos e feridos para unidade de saúde - REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Moradores do Complexo do Alemão levam corpos e feridos para unidade de saúde
Imagem: REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Matheus de Moura

Colaboração para o UOL, no Rio

23/07/2022 04h00

A chacina policial do Complexo do Alemão, em que ao menos 17 pessoas morreram na quinta-feira (21), é a quinta mais letal da história do estado do Rio de Janeiro. Operações no Jacarezinho (28 mortes) e na Vila Cruzeiro (24) encabeçam a lista —em comum entre as três localidades alvo das ações, estão a localização na zona norte e o domínio da facção criminosa CV (Comando Vermelho).

Entre 2007 e 2021, 58% das chamadas chacinas policiais —operações com três ou mais mortes de civis— ocorreram na zona norte do Rio, segundo informa o relatório Chacinas, do Geni (Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos), ligado à UFF (Universidade Federal Fluminense).

A zona norte do Rio, que concentra o maior número de favelas na capital, é a região onde mais pessoas moram em comunidades pobres —segundo o Censo 2010 do IBGE, 27% dos moradores da zona norte vivem em favelas.

No período analisado pelo Geni, a zona norte foi alvo de 222 operações policiais com três ou mais mortes —essas ações respondem por um total de 959 mortos.

O relatório ainda aponta que, dos dez bairros mais afetados por chacinas policiais na capital, seis estão na zona norte, enquanto os outros quatro, na oeste.

Eles são Costa Barros (25), Maré (21), Penha (20), Jacarezinho (19), Santa Cruz (19), Vicente de Carvalho (18), Senador Camará (18), Bangu (16), Complexo do Alemão (13) e Cidade de Deus (11).

Facção e periferia

Coordenador do Geni e do relatório sobre o tema, Daniel Hirata diz acreditar que, entre os fatores que colocam favelas da zona norte na mira da polícia, está o fato de que a região é hoje o maior reduto do CV, no Rio.

A maior parte de operações ocorre em áreas sob domínio do Comando Vermelho. E essa incidência é muito maior em áreas do Comando Vermelho do que de milícias."
Daniel Hirata, coordenador do Geni da UFF

Apesar de as milícias ocuparem 57,5% do território fluminense —segundo o Mapa dos Grupos Armados do Rio, publicado em 2019—, as operações de maior letalidade ocorrem em áreas controladas pelo CV.

"Talvez porque as milícias sejam consideradas um mal menor ou por que tem mais relações com as forças policiais", conjectura Hirata.

Já o sociólogo Michel Misse, coordenador do Necvu (Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), diz que as chacinas policiais são desencadeadas pela morte de um policial na comunidade em questão.

Geralmente há chacina quando há um policial morto. O que aconteceu no Alemão foi vingança. A primeira chacina, que foi em Vigário Geral, foi vingança policial. Não são operações policiais, são operações de justiçamento, já entram na intenção de matar, por isso também são recebidos a bala, claro."
Michel Misse, coordenador do Necvu da UFRJ

Assim como no Jacarezinho, onde a morte de um policial desencadeou outras 27, a ação no Alemão deixou um agente morto. Nas duas ocasiões, as polícias relataram terem sido atacadas. O subsecretário operacional da Polícia Civil, Ronaldo Oliveira, atribuiu na quinta-feira (21) a responsabilidade pelas mortes no Alemão ao tráfico local. "Infelizmente, eles escolheram atingir os policiais", disse ele.

Para Michel Misse, o domínio do CV na zona norte não é suficiente para explicar a concentração das chacinas na região, uma vez que a facção também é majoritária em comunidades da zona sul. "Por que não há chacinas na zona sul então?", questiona Misse.

O geógrafo Maykon Sardinha, coordenador de Seguranca Pública e o à Justiça da ONG Redes da Maré, analisa por que a zona sul —que concentra os cartões-portais da cidade— é poupada de ações policiais de maior letalidade.

Um outro ponto importante para entender essa dinâmica na cidade é a posição periférica que a zona norte ocupa, em contraponto à zona sul. Essa região da cidade possui uma visibilidade estratégica, que, por ventura, inibe operações policiais que resultem em um número elevado de mortes."
Maykon Sardinha, da Redes da Maré

Hirata também observa que, desde a redemocratização, chacinas policiais vêm se tornando cada vez mais frequentes —atreladas a policiais em horário de trabalho e referendadas por autoridades.

"A abertura democrática brasileira tem como marco fundamental as chacinas. Vigário Geral, Candelária, Borel... A característica principal eram chacinas realizadas por grupos de extermínio, esquadrões da morte. De 2000 a 2010, as chacinas começam a ocorrer em operações policiais", diz.