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Encontrado em buraco: o que se sabe sobre caso de homem morto em Interlagos

Do UOL, em São Paulo

12/06/2025 11h37

O empresário Adalberto Amarillo dos Santos Junior, 35, foi encontrado morto dentro de um buraco de obra no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo, no dia 3 de junho. Ele estava desaparecido desde o dia 30 de maio. A seguir, veja o que se sabe sobre o caso, que é considerado suspeito.

Desaparecimento e morte

Adalberto tinha ido participar de um evento de motos no autódromo em 30 de maio. Naquele dia, o último contato dele com a esposa, Fernanda Dandalo, foi por volta de 19h40, quando ele enviou uma mensagem dizendo que jantaria em casa. Em seguida, despediu-se de um amigo dizendo que iria ao estacionamento pegar seu carro. Por volta de 21h, quando a mulher respondeu a mensagem, o celular dele estava sem sinal. Com a demora da volta do marido para casa, ela entrou em contato com esse amigo por volta de 1h55 do sábado, que falou sobre a última conversa com o empresário.

Corpo foi encontrado quatro dias após o desaparecimento. Ele estava dentro de um buraco de três metros de profundidade e aproximadamente 80 centímetros de diâmetro, em uma área de obras. O corpo foi localizado por funcionários de uma obra da prefeitura próxima ao kartódromo, do lado de fora da pista de Interlagos. Adalberto estava sem as calças e o par de calçados que vestia no dia que desapareceu. Junto a ele estavam a carteira, o celular e o capacete, mas a câmera que ele usava acoplada ao ório não foi encontrada.

Adalberto Júnior com a esposa, Fernanda Dandalo Imagem: Reprodução/Instagram

Uma calça semelhante à dele foi encontrada nas imediações. Mas a peça não foi reconhecida pela esposa como pertencente a Adalberto. Nas paredes da vala, os policiais não acharam marcas que demonstravam tentativas do homem de sair de lá, e o corpo sequer chegou ao fundo. Há indícios de que ele pode ter sido jogado no buraco já sem vida.

Primeiras descobertas

Asfixia pode ter causado a morte. Em entrevista à TV Globo, Ricardo Lopes Ortega, diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Técnica-Científica de São Paulo, disse que o corpo de Adalberto apresentava "escoriações superficiais" e que sua morte pode ter ocorrido por uma "compressão torácica que promoveu uma asfixia". A falta de espaço no buraco explicaria o indício, mas nada está determinado ainda.

Sangue foi encontrado no carro da vítima. Peritos do Instituto de Criminalística detectaram as manchas em uma perícia mais detalhada realizada no veículo. Os vestígios estavam em quatro pontos, incluindo os bancos, uma das portas e o assoalho do carro. Um teste preliminar apontou que se trata de sangue humano, mas análises ainda vão dizer se era de Adalberto ou não. O DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) solicitou nova perícia no veículo depois do achado.

Causa da morte não foi confirmada. Também à TV Globo, o diretor técnico divisionário do Centro de Perícias do IML (Instituto Médico Legal), Giovanni Chiarelo, disse que o corpo não apresentava sinais de violência nem fraturas, segundo o exame necroscópico. Sobre as escoriações identificadas pelo Instituto de Criminalística, ele afirmou que o IML ainda aguarda o resultado de exames para saber se as lesões ocorreram em vida ou após a morte de Adalberto.

Polícia também pediu exame toxicológico. O resultado pode indicar traços de álcool ou substâncias tóxicas no organismo da vítima. Também foi solicitada a análise do material colhido sob as unhas do empresário, que poderia indicar se ele lutou com eventuais agressores.

Briga com seguranças, participantes do evento ou amigos

Principal linha de investigação é a de que Adalberto tenha lutado com seguranças. Ele teria entrado em uma área proibida para buscar seu carro. Mas os investigadores não descartam a possibilidade de o empresário ter brigado com outras pessoas, como participantes do evento ou até mesmo com um colega que o acompanhava. Após a briga, a hipótese é a de que o agressor ter sido o responsável por jogar o corpo de Adalberto dentro do buraco onde, dias depois, foi encontrado.

Pessoas já foram ouvidas pela polícia. Os organizadores do evento, os chefes da segurança do autódromo e do kartódromo —que fica próximo do autódromo— prestaram depoimento. Um dos amigos do empresário deve ser chamado de novo, devido a divergências em informações. Os investigadores estão em fase de oitivas e ainda conversam com outras pessoas envolvidas no caso e que estavam no autódromo quando Adalberto desapareceu.

O que falta saber

Laudos periciais ainda não estão prontos. Por isso, a polícia também não conseguiu cravar e determinar a causa da morte do empresário. Em nota, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) informou que os investigadores estiveram no autódromo acompanhados de responsáveis pela segurança, com o objetivo de traçar os possíveis caminhos percorridos pela vítima.

Polícia traçou caminho da vítima. A polícia fez um croquis do local para mapear o percurso, marcando os pontos onde acontecia o evento, o local onde o carro do empresário estava estacionado e o buraco em que o corpo foi achado. A polícia quer esmiuçar o trajeto para tentar descobrir como se deu a abordagem.

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