Com Alckmin solto pelo interior por Lula, Haddad faz aposta na Grande SP

A campanha de Fernando Haddad, candidato do PT ao governo paulista, já definiu que a Grande São Paulo é a sua prioridade no segundo turno. A campanha busca fazer frente à ofensiva de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que terminou o primeiro turno com 42,5% dos votos válidos e também mantém o foco na região —Haddad teve 35,4%.
Para crescer no interior entre eleitores que historicamente rejeitam o PT, as esperanças de Haddad recaem em Geraldo Alckmin (PSB), vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na chapa presidencial. O ex-governador paulista tem uma série de eventos programados no interior até o final do mês. Mas o ponto é que o foco de Alckmin estará em ajudar Lula, não necessariamente Haddad.
Desempenho. Tarcísio saiu vitorioso em 500 das 645 cidades paulistas. Haddad venceu em 91 municípios, incluindo a capital —onde teve 44,2% dos votos válidos, contra 32,6% do candidato do Republicanos.
Mesmo precisando do interior, Haddad mira na Grande SP. Em 12 dias de campanha do segundo turno, Haddad foi a apenas três lugares fora da região metropolitana de São Paulo: Campinas, Santos e Sorocaba.
Além dos compromissos na capital paulista, ele também participou de eventos em São Bernardo do Campo e Guarulhos. Para este final de semana, há mais agendas previstas na capital, como uma caminhada na avenida Paulista marcada para amanhã (15) à tarde.
No entanto, até o momento não houve nenhuma visita a locais onde ele não esteve no primeiro turno. É discutida a ida dele a Presidente Prudente, onde cancelou uma viagem em setembro após o diretório local do PT ter identificado ameaças contra o petista. Ali, Haddad teve 23,5% contra 59,4% de Tarcísio.
Outro município no radar da campanha é Ribeirão Preto. Sétima cidade mais populosa do estado, Ribeirão também teve uma agenda de Haddad cancelada no mês de setembro por motivos de segurança. Tarcísio foi o mais votado na cidade, com 48,5% dos votos contra 32,1% de Haddad.
Maiores cidades. Para a campanha, é importante que Haddad mantenha o foco em cidades mais populosas e que sejam mais decisivas na apuração final no estado. As dez maiores cidades, em termos populacionais, correspondem a 42,6% do eleitorado no estado —só a capital representa 26,8%, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Fator Alckmin. Apontado como o "supertrunfo" de Haddad no primeiro turno, Alckmin continua sendo uma das maiores esperanças do petista no estado. No entanto, o apoio a Haddad entra como bônus nos palanques do ex-governador, que falará mais em nome de Lula.
Ontem (13), o pessebista esteve em Bauru. Hoje (14), a por Mogi Mirim, e, no sábado, visitará algumas cidades na região do Vale do Paraíba. Embora tenha acompanhado Haddad em algumas viagens antes do primeiro turno, o plano agora é deixar Alckmin percorrer o interior paulista sozinho.
Lula é prioridade. O principal objetivo das viagens de Alckmin é conquistar novos votos para Lula, que perdeu para o presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado. O presidente e candidato à reeleição teve 47,71% dos votos enquanto o petista teve 40,89%.
Vira voto. De olho na redução da diferença para Bolsonaro e Tarcísio em São Paulo, as campanhas de Haddad e Lula divulgaram nas redes sociais uma cartilha com orientações para atrair novos votos para os petistas. O movimento pede:
- que a militância mantenha o foco em indecisos e abstenções;
- que apoiadores evitem xingar aqueles que não foram votar ou que votaram em outros candidatos;
- que sejam evitados termos como "gado" ou "bolsominions" para se referir a ex-eleitores de Bolsonaro;
- que o eleitor do PT "não perca tempo com bolsonarista fanático";
- que se estude sobre escândalos de corrupção envolvendo o governo Bolsonaro.
Pare imediatamente de estigmatizar ex-eleitores de Jair Bolsonaro com palavras como 'gado', 'bolsominions' e outros
Trecho da cartilha do PT para atrair novos votos para Lula e Haddad
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