Bolsonaro afirma que Brasil transferirá embaixada de Tel Aviv para Jerusalém

O recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse em entrevista ao jornal conservador "Israel Hayom" que Israel "tem direito soberano a decidir qual é a sua capital", e confirmou que transferirá a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
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Na entrevista, que será publicada na sexta-feira (2), mas da qual o meio de comunicação antecipou alguns trechos nesta quinta-feira, Bolsonaro declarou seu apoio a Israel em fóruns internacionais e afirmou que sua promessa de mudar a embaixada - seguindo os os dos EUA e Guatemala - não era só medida de efeito eleitoral.
"Israel é um Estado soberano. Se os senhores decidirem qual é a sua capital, nós os seguiremos. Quando me perguntaram durante a campanha se transferiria a embaixada se fosse eleito presidente, respondi sim", manifestou na entrevista telefônica concedida ao jornal.
O líder, que assumirá o cargo em 1 de janeiro, contou que esteve em Israel há dois anos e que pretende voltar ao país, e acrescentou que "ama o povo de Israel e o Estado de Israel".
"Posso assegurar que incentivarei uma relação próxima e cooperação muito produtiva entre ambas as partes começando em 2019", prometeu.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro também questionou a legitimidade da delegação diplomática palestina em Brasília.
Esta, afirmou, foi construída perto do Palácio da Alvorada, motivo pelo qual será preciso mudá-la, disse, e acrescentou que "a Palestina primeiro tem que ser um país para ter direito a uma embaixada".
No que diz respeito ao apoio de seu futuro governo a Israel em fóruns internacionais como as Nações Unidas, o político brasileiro afirmou que o país "pode contar com o nosso voto na ONU. Sei que o voto é muitas vezes simbólico, mas ajuda a definir a postura que um país deseja adotar".
Após a recente vitória eleitoral, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, felicitou Bolsonaro por telefone na segunda-feira e o convidou a visitar Israel.
"Acredito que sua eleição levará a uma grande amizade entre os dois povos e ao fortalecimento dos laços entre o Brasil e Israel", disse o chefe de Governo israelense a Bolsonaro.
Provavelmente, o primeiro-ministro israelense comparecerá à cerimônia de posse de Bolsonaro em janeiro, segundo informou à AFP um funcionário de seu gabinete.
Posição brasileira
"Historicamente, o Brasil defende a solução de dois Estados. O Estado judeu e o Estado palestino. A ONU fala em Jerusalém como uma cidade internacional ou dividida entre palestinos e israelenses", explicou Vinicius Vieira, professor de relações internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas) ainda antes do segundo turno da eleição presidencial em entrevista ao UOL.
Por aqui, os planos de Bolsonaro são vistos como um aceno a Trump e agradam a base evangélica, muito identificada com a tradição judaica.
Membro do grupo de Análise Política Internacional da USP, Samuel Feldberg diz que a mudança de embaixada renderá mais consequências negativas ao Brasil do que o que ocorreu nos Estados Unidos: "Quantos países que discordam da mudança podem retaliar os americanos? E quantos podem retaliar os brasileiros">var Collection = { "path" : "commons.uol.com.br/monaco/export/api.uol.com.br/collection/noticias/ultimas/data.json", "channel" : "noticias", "central" : "noticias", "titulo" : "Notícias", "search" : {"tags":"35976"} };