Trevisan: Trump perde nas tarifas, mas método dá certo com sua base
Do UOL, em São Paulo
29/05/2025 14h06
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostram que o método utilizado pelo governo americano de Donald Trump está dando certo, afirmou o professor de relações internacionais Leonardo Trevisan durante participação no UOL News, do Canal UOL.
Trump não está mexendo com a universidade, com imigrantes, não está chamando o juiz de comunista de graça. Ele está fazendo acenos, ele está fazendo tchauzinho para a sua base. É disso que nós estamos falando. O alvo dele é permanecer.
Agora vem a parte dramática que eu não gostaria de dizer: está dando certo. Se você olhar três pesquisas diferentes sobre comportamento do consumidor, voltou a subir a confiança de consumo e não caiu. O que as pesquisas sinalizam é que o método de Trump não está dando errado, não. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais
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Desde que voltou ao governo dos Estados Unidos, em janeiro, Trump tem adotado uma política de endurecimento de regras a migrantes e uma postura de conflito com o judiciário, universidades americanas e outros países, alguns aliados históricos.
Quando você olha para o eleitor americano trumpista, você vai encontrar o homem americano branco entre 25 a 29 anos e 45 a 49 anos. Nessa faixa etária, quase 70% dos homens estão desempregados porque não fizeram universidade e guardam Trump, que mexe com os ódios, com o ressentimento e com a ideia de anti-intelectualismo. Não é diferente com o judiciário. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais
Algumas decisões de Trump têm sido derrubadas pela Justiça americana: a última delas, por exemplo, a Corte de Comércio Internacional concluiu que o presidente excedeu sua autoridade ao impor tarifas unilaterais e determinou a suspensão.
Trump anunciou que iria fazer um pedido direto à Suprema Corte para que anulasse as decisões judiciais sobre, principalmente, a possibilidade fazer deportações sumárias sem análise da justiça.
O presidente parece ter sentido o golpe da reação popular, da reação institucional nos Estados Unidos. E ela está acontecendo e, de alguma forma, tanto está acontecendo que Trump anunciou que vai direto à Suprema Corte, onde há nove juízes. Pela divisão clássica são seis a três conservadores, seis que teoricamente votariam com Trump e três não.
Mas, cuidado, porque de alguma forma já em outras decisões houve uma cautela da Suprema Corte e não foi tão assim definida a decisão. Eu acho que nós estamos só nos primeiros os da reação institucional nos Estados Unidos. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais
Professor: Depoimento de Tarcísio em ação contra Bolsonaro tem peso simbólico
No UOL News, o professor Davi Tangerino afirmou que o depoimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como testemunha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem peso simbólico e serve apenas para gerar conteúdo nas redes sociais.
Acho que tem um peso no máximo simbólico. O Tarcísio é um sujeito cuja percepção por um grupo político da direita e da extrema-direita é muito positiva, mas, do ponto de vista do jogo estritamente processual, desempenham um papel muito lateral.
Ele dizer 'Jair Bolsonaro nunca me falou nada sobre golpe' não prova que essa conversa não aconteceu. Davi Tangerino, professor de direito penal na UFRJ (Universidade Federal do Rio Janeiro)
O ex-presidente Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado, indicou Tarcísio de Freitas e ex-ministros como testemunhas de defesa no processo no STF (veja abaixo a lista de testemunhas de defesa). O depoimento do governador de São Paulo está previsto para ocorrer amanhã.
Acho que no frigir os ovos é mais uma testemunha para gerar conteúdo para as redes, alimentar um discurso, do que uma testemunha que vai desempenhar um papel realmente impactante na relação processual. Davi Tangerino, professor de direito penal na UFRJ (Universidade Federal do Rio Janeiro)
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