Governo Trump encerra programa de US$ 258 mi que buscava vacina contra HIV
Do UOL, em São Paulo
31/05/2025 16h27Atualizada em 31/05/2025 16h27
O governo de Donald Trump encerrou um programa fundamental de US$ 258 milhões cujo trabalho era buscar uma vacina contra o HIV. Autoridades da divisão de HIV do NIH (Instituto Nacional de Saúde) comunicaram a decisão ontem aos líderes do projeto, da Universidade Duke e do Scripps Research Institute.
O que aconteceu
Equipes de pesquisa atuavam em diferentes projetos. Os times colaboravam com parceiros de pesquisa para desenvolver tratamentos para outras condições de saúde, como covid e doenças autoimunes. "O consórcio para o desenvolvimento de vacinas e imunologia contra HIV/Aids foi revisado pela liderança do NIH, que não apoiou sua continuidade", disse um funcionário sênior da agência ao The New York Times.
Instituo de saúde disse ter outra diretriz. "O NIH espera mudar seu foco para o uso de abordagens disponíveis atualmente para eliminar o HIV/Aids", completou a fonte. O NIH também suspendeu o financiamento para um estudo clínico de uma vacina contra HIV produzida pela Moderna.
"É muito decepcionante que, neste cenário crítico, o financiamento de programas altamente bem-sucedidos de pesquisas contra o HIV seja retirado", disse Dennis Burton, imunologista que liderava o projeto no instituto de pesquisa Scripps.
Sequência de cortes
O fim do programa é o mais recente de uma série de cortes. Ainda em janeiro, o governo Trump decidiu interromper o fornecimento de medicamentos vitais para HIV, malária e tuberculose, bem como de suprimentos médicos para bebês recém-nascidos, em países apoiados pela Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) em todo o mundo.
NIH cancelou diversos financiamentos relacionados à PrEP (profilaxia pré-exposição). O governo dos EUA também fechou a divisão de prevenção ao HIV do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), que financiava estados e territórios em ações de combate à infecção.
Saída da OMS impacta cuidados com a saúde no mundo. Os EUA eram os maiores doadores da Organização Mundial da Saúde, fornecendo recursos vitais para muitas operações, além de serem o maior financiador da OMS. O país financiava 75% do programa da OMS para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis e mais da metade das contribuições para combater a tuberculose. Trump anunciou a saída do país da organização em 20 de janeiro, primeiro dia de mandato.