Duda Mendonça e Zilmar "não são mensaleiros" e receberam dinheiro lícito, dizem advogados
O advogado Luciano Feldens, que defende os publicitários Duda Mendonça e Zilmar Fernandes no julgamento do mensalão, afirmou nesta quarta-feira (15) no STF (Supremo Tribunal Federal) que seus clientes "não são mensaleiros". Ele disse também que o dinheiro recebido por eles do PT tem origem lícita e foi fruto do pagamento pela campanha publicitária das eleições de 2002, que elegeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa dos publicitários foi dividida entre Feldens, que falou primeiro, e Antonio Carlos Castro, o Kakay, que falou em seguida.
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"Todo dinheiro que receberam [Duda e Zilmar] tem origem lícita, e o próprio procurador [geral da República, Roberto Gurgel] reconheceu. Duda Mendonça e Zilmar Fernandes não são 'mensaleiros’”, disse o primeiro defensor.
Na I dos Correios, Mendonça assumiu que abriu conta no exterior para receber dinheiro
Duda é acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Segundo a Procuradoria Geral da República, o publicitário teria criado a empresa Dusseldorf com registros no exterior para evitar a obrigatoriedade de declarar ao Banco Central qualquer depósito de sua titularidade. Nesta conta, teria recebido cerca de R$ 10 milhões do PT pela campanha que elegeu Lula.
A ex-sócia de Mendonça, Zilmar Fernandes Silveira, também é acusada de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Ela teria recebido três parcelas de R$ 300 mil e duas de R$ 250 mil, em espécie, em agências do Banco Rural por meio do resgate de cheques nominais à empresa SMP&B, de Marcos Valério –apontado como operador do mensalão–, sem registro dos reais beneficiários dos valores. Ela seria ainda responsável por movimentar a conta criada por Mendonça no exterior.
O advogado citou os slogans criados por Duda para Lula para a campanha, que, segundo Feldens, foi “longa, custosa e exitosa”. "O ano é 2001. Aproxima-se 2002, ano de eleições. O Partido dos Trabalhadores tinha um sonho: fazer o presidente da República. O candidato era Lula. Seria um longo caminho. Seria um pesado desafio. Por isso foram contratados os melhores publicitários do país, Duda Mendonça e Zilmar Fernandes.”
Segundo Feldens, Duda e Zilmar fizeram mais de 150 peças publicitárias na campanha e eram credores de R$ 11 milhões do PT. “Inadimplentes e preocupados, eles procuram Delúbio [Soares, ex-tesoureiro do partido]. Ele personificava a própria figura do devedor. Ele que assina as prestações de serviços para a empresa de Duda e Zilmar”, afirmou.
De acordo com Feldens, seus clientes estão no julgamento do mensalão apenas pela maneira como receberam o pagamento: parte veio do Banco Rural e a outra foi recebida em uma conta aberta do Bank Boston, em Miami (EUA), em nome de Duda Mendonça.
Feldens afirma que Zilmar fez cinco saques pessoalmente, o que contraria a acusação, que sustentou que os publicitários usaram intermediários para sacar os valores. “Em tom genérico, eu ouvi que os acusados, com a finalidade de evitar qualquer rastro da participação, mandavam terceiros para os saques. Isso não é verdade."
Segundo Feldens, também falta consistência na acusação de lavagem de dinheiro já que seus clientes tinham como comprovar a origem do dinheiro, que era a prestação de trabalho publicitário.
Sobre os saques feitos no Banco Rural, o advogado afirma que Zilmar Fernandes assinou três recibos: "Ela tinha crédito lícito para receber. Ela tem os recibos para os saques.”
O primeiro advogado questionou como a denúncia pode apontar que Zilmar poderia ocultar, em fevereiro de 2003, origens de valor de um contrato que seria assinado meses depois entre alguns bancos e as agências de Marcos Valério. “Como ela poderia, em fevereiro de 2003, ocultar valores de um contrato que ela ia em setembro de 2003 com o objetivo de desviar para Marcos Valério">var Collection = { "path" : "commons.uol.com.br/monaco/export/api.uol.com.br/collection/noticias/politica/data.json", "channel" : "politica", "central" : "noticias", "titulo" : "Política", "search" : {"tags":"28132"} };