Cavendish diz ter acertado 5% de propina a pedido de Cabral para integrar obra do Maracanã

O empresário Fernando Cavendish, ex-dono da empreiteira Delta, afirmou nesta segunda-feira (7) à Justiça Federal que acertou pagamento de 5% de propina, pedida segundo ele pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), para que sua construtora integrasse as obras do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo. Em prisão domiciliar desde julho de 2016, Cavendish é interrogado na tarde de hoje na 7ª Vara Criminal, do juiz Marcelo Bretas, em processo da Operação Saqueador, desdobramento da Lava Jato no Rio.
“Nos crimes apontados na denúncia, houve um fato, a obra do Maracanã, naquela época o então governador Sérgio Cabral era uma pessoa da minha proximidade, fui a ele conversar sobre a obra do Maracanã, e a possibilidade de a minha empresa de participar do consórcio. Nesse momento, o então governador entendeu meu pedido, disse que tinha um acerto com a Odebrecht, de um acerto do pagamento de 5% de propina. Falou que aceitou, que se eu acertasse, teria um entendimento do pagamento dessa propina.”
Cavendish, que é réu no processo, disse que Cabral "deixou claro esse compromisso da propina com a Odebrecht, de 5%, que eu teria que pagar o mesmo valor" para que a Delta, então controlada pelo empresário, fizesse parte do consórcio da reforma, também composto pela Andrade Gutierrez.
Segundo o empresário, o dinheiro era entregue a Carlos Miranda, acusado de ser um dos operadores de Cabral, que por sua vez reava os valores ao ex-governador fluminense.
“Esse pagamento específico foi feito em dinheiro. Orientei uma pessoa da minha confiança, Claudia. Disse que o Carlos Miranda ia procurá-la e ia informar o valor. Foi um pagamento ao longo da execução da obra, da qual nos afastamos por conta da crise. Pagamento se deu ao longo da obra”, relatou Cavendish, sem contudo informar quanto teria sido pago a Cabral.
No dia 10 de julho, também em depoimento ao juiz Bretas, Cabral reconheceu ter recebido recursos ilícitos de "sobras de campanha", ato conhecido como caixa dois, mas negou, de forma indignada, que cobrava propina sobre obras pública no Rio. "Nunca houve 5%. Que 5% é esse? Que maluquice é essa">var Collection = { "path" : "commons.uol.com.br/monaco/export/api.uol.com.br/collection/noticias/politica/data.json", "channel" : "politica", "central" : "noticias", "titulo" : "Política", "search" : {"tags":"28132"} };