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Operação Lava Jato

Cabral diz que recebeu propina como sócio oculto de imóveis em áreas nobres

O ex-governador Sérgio Cabral (MDB) - FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-governador Sérgio Cabral (MDB) Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Igor Mello

Do UOL, no Rio

23/05/2019 15h53

Em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) revelou hoje que recebeu recursos ilícitos se tornando sócio oculto do empresário Georges Sadala em imóveis em áreas nobres da capital fluminense. O empresário, que venceu licitação para implantar o programa Poupa Tempo no estado durante a gestão Cabral e é réu ao lado dele em processo na 7ª Vara Federal Criminal, negou que o ex-governador fosse seu sócio nesses imóveis e rechaçou o pagamento de propina.

Cabral afirmou que mantinha com Sadala uma espécie de "conta de propina", com base no contrato do Poupa Tempo e em outros negócios ilícitos do empresário. Como o empresário teria dificuldade em obter dinheiro em espécie, Cabral disse que a estratégia adotada para lhe rear a propina foi pagar através de negociações imobiliárias. Sadala adquiriu um terreno em Ipanema, zona sul do Rio, e uma cobertura na Barra da Tijuca, zona oeste, em seu nome. Porém, segundo Cabral, o combinado é que o ex-governador seria dono de 50% de cada um dos bens. A parcela do ex-governador valeria R$ 6,5 milhões.

Cabral afirmou que não havia nenhum documento, nem de gaveta, para oficializar o acordo. Tudo ocorria "na confiança", como descreveu, mas ele garantiu que Sadala lhe dava satisfações frequentemente sobre os imóveis. O ex-governador cita que ambos tinham o plano de construir um prédio de quatro andares no terreno de Ipanema.

"Os pagamentos funcionavam exatamente como os US$ 100 milhões que voltaram para o Brasil com os irmãos Chebar [doleiros], era na base da confiança", explicou. "Estou afirmando que eu era dono de 50% desses imóveis."

Cabral também confirmou ter recebido R$ 1,5 milhão em dinheiro do empresário. Segundo o ex-governador, Sadala teria pago parte das despesas de uma viagem à Europa, com direito a jatinho (leia mais abaixo).

O ex-governador também disse durante o depoimento que a concorrência para a istração do programa Rio Poupa Tempo foi direcionada para beneficiar a empresa de Sadala. O ex-governador disse que o empresário Arthur Soares, o Rei Arthur, também fez parte do negócio --Sadala confirmou que ele era sócio do consórcio através da Prol, uma de suas empresas.

Para garantir que a licitação fosse fraudada, Cabral diz ter ordenado que o então secretário de Desenvolvimento Econômico de seu governo, Julio Bueno, manipulasse o certame. "Normalmente, o governador determina ao secretário para cumprir uma orientação. O modus operandi: o secretário ou se nega a fazer ou faz. No caso do secretário Julio Bueno, acolheu minha orientação. Com certeza foi feita alguma coisa que deu a eles a vitória, né? O combinado é que eles fossem os vitoriosos", explicou.

Além de Bueno, Cabral relatou que o ex-deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), que atuou como secretário de Transportes de seu governo, recebeu rees de Sadala. Neste caso, os recursos foram destinados a uma campanha eleitoral. "Sei que o Sadala era muito amigo do Julio Lopes e ele me disse que deu dinheiro para o Julio Lopes na campanha", contou.

Cabral também prometeu entregar, em outro momento, negócios ilícitos de Sadala com um político de outro estado com foro privilegiado. Segundo o ex-governador, teria sido esse político que lhe teria apresentado o empresário.

O que diz o empresário Georges Sadala

Logo após o depoimento de Cabral, Sadala foi ouvido na 7ª Vara Federal Criminal e negou as acusações. "Nunca recebi nem dei um real para o ex-governador Sérgio Cabral ou para quem quer que seja. Nem para o senhor [Luiz Carlos] Bezerra [apontado como um dos operadores de Cabral]", afirmou.

O empresário reagiu com indignação ao ser confrontado sobre a acusação de Cabral relativa ao fato de serem sócios. "Meu Deus do céu, excelência. Sérgio Cabral sócio desse terreno? Impossível, zero [chance]", afirmou Sadala sobre o terreno em Ipanema.

O empresário é um dos homens que aparecem, ao lado de Cabral, com guardanapos amarrados na cabeça durante um jantar em Paris. A viagem, revelada em 2012, ficou conhecida como a "Farra dos Guardanapos".

Sadala comentou hoje o episódio: "Eu tive aquela viagem da França com o Sérgio Cabral, com os guardanapos, aquela coisa toda. Daquele dia em diante minha vida virou um inferno."

A reportagem do UOL tenta contato com Julio Bueno e Julio Lopes sobre as acusações de Cabral.

Viagem para Europa com direito a jatinho

Cabral e Sadala prestam depoimento no âmbito da Operação C'est fini, decorrente da Lava Jato. O ex-governador responde por corrupção iva e o empresário, por corrupção ativa e organização criminosa.

Cabral relatou ainda que, em 2015, quando já havia deixado o governo do Rio, Sadala arcou com parte das despesas de uma viagem para Europa com a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo.

"Ele pagou, fruto de combinados, como tinha dificuldade de dinheiro, pagou uma viagem minha e da minha mulher em 2015. Fomos à Turquia e depois a Paris. Ele pagou o hotel e depois o frete do avião particular para ir da Capadócia para Paris. Pagou com o [cartão] American Express dele dos EUA", relatou.

O ex-governador Sérgio Cabral foi preso na Operação Calicute, em novembro de 2016. Desde então, já foi condenado em oito ações, que somam penas de 198 anos de prisão.

A última condenação dele foi em dezembro, por usar uma empresa fantasma para rear ao menos R$ 1,2 milhão ilegalmente para pessoas de seu círculo íntimo, entre elas, o irmão Maurício Cabral e a ex-mulher Suzana Neves, e também por lavar dinheiro de corrupção, segundo a denúncia do MP (Ministério Público).

Após mudar de advogado, Cabral decidiu confessar os crimes que cometeu e colaborar com a Justiça, em busca de reduções de pena em futuras condenações. A primeira vez que ele itiu ter cometido atos de corrupção foi em fevereiro, durante depoimento ao MPF. Na ocasião, revelou casos de corrupção em seu governo relacionados ao ex-secretário Régis Fichtner.

O ex-governador disse então sentir alívio por confessar seus crimes. "Gente, eu tô muito aliviado, sabia? Quero continuar ficando aliviado. Seja o tempo que eu ar na cadeia", afirmou.

Desde então, ele já acusou políticos como o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) e o ex-deputado Carlos Osório. Também citou autoridades do Judiciário, do Ministério Público do Rio e até mesmo da Igreja Católica.

Sadala era um dos empresários mais próximos de Cabral e, assim como o ex-governador, possuía casa no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ).

Operação Lava Jato