Fala sobre Exército foi crítica a militares em cargos na Saúde, diz Gilmar

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes divulgou uma nota onde afirmou respeitar as Forças Armadas e disse que seu comentário de que o Exército estava se associando a um "genocídio" na gestão da pandemia no Brasil foi em referência à presença excessiva de militares na pasta da Saúde.
"Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros", disse Gilmar em nota.
Ainda no comunicado, o ministro cita que o Brasil já tem "mais de 72 mil" mortos em decorrência da covid-19 e vive uma "crise aguda" devido à pandemia.
"Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas", afirmou.
Defesa aciona PGR
No último sábado, ao participar de um debate, o ministro do STF fez duras críticas à ocupação de militares em postos de comando do ministério da Saúde, em funções antes exercidas por quadros técnicos. "Não podemos mais tolerar essa situação que se a no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. (...) É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", criticou.
A fala não foi bem recebida por militares. Em resposta, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo de Silva, e os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha informaram ontem, por meio de nota, que encaminharão uma representação ao Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, para pedir "adoção de medidas cabíveis" em relação a fala do ministro.
O Ministério da Saúde é comandado interinamente desde maio pelo general Eduardo Pazuello e, desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), já apresentou 14 cargos comissionados para militares, segundo levantamento da agência de dados Fiquem Sabendo, especializada na Lei de o à Informação
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