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Motivo de caos no Rio, chuva anormal para outono é 'retrato de clima mais hostil'

Júlia Dias Carneiro

Da BBC News Brasil, no Rio

09/04/2019 07h27

O caos que se espalhou com as fortes chuvas do Rio de Janeiro na segunda-feira à noite, com ruas virando rios e pelo menos três mortes, pode estar associado ao temporal que matou 7 pessoas na cidade em fevereiro, aos alagamentos que mataram mais de 30 pessoas em São Paulo em março e a outros eventos climáticos extremos que têm ocorrido com frequência cada vez maior no mundo - como os incêndios na Califórnia, os invernos rigorosos no hemisfério norte ou a devastação causada pelo ciclone Idai no Sul da África.

Segundo o ambientalista Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima, esses eventos extremos "estão se tornando mais frequentes e mais intensos", deixando as cidades - e seus moradores - cada vez mais vulneráveis.

"O clima mais hostil já faz parte do nosso cotidiano. A cada par de semanas temos notícias negativas dos impactos desses eventos extremos na vida dos brasileiros", considera Rittl. O Observatório do Clima é uma rede composta por 43 organizações da sociedade civil engajadas no combate às mudanças climáticas.

"Ninguém ousaria dizer que um evento isolado é consequência do aquecimento global sem uma análise detalhada. Mas a soma do que está acontecendo ao longo do tempo, essa maior frequência e maior intensidade de eventos climáticos, definitivamente estão relacionadas à maior temperatura do planeta", afirma.

Na noite de segunda, um forte temporal provocou enchentes em várias partes do Rio, atingindo fortemente comunidades como a Rocinha, Rio das Pedras e Babilônia, onde moradores foram soterrados por deslizamentos, e bairros como o Jardim Botânico, com fortes correntezas descendo das encostas da Floresta da Tijuca, carregando pedras, arrastando carros e destruindo asfalto pelas ruas. Bombeiros usaram botes para resgatar pessoas ilhadas no trânsito - incluindo crianças presas em um ônibus escolar.

O volume de água derrubou mais um trecho da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, danificando ainda mais a ciclovia à beira-mar construída para a Olimpíada no Rio, mas que teve um trecho engolido por ondas em uma ressaca antes mesmo dos jogos. Outro trecho havia desabado nas chuvas de 6 de fevereiro.

Duas mulheres morreram soterradas em deslizamento de terra no Morro da Babilônia, no Leme; e um motoqueiro foi encontrado morto embaixo de um carro na Gávea, arrastado pela correnteza de uma rua ao tentar atravessá-la.

A prefeitura decretou estado de crise no município e acionou 34 sirenes em 21 comunidades. O prefeito Marcelo Crivella pediu que as pessoas não deixassem suas casas e afirmou se tratar de uma chuva "completamente atípica", com precipitação de 152mm na Rocinha em quatro horas - "mais do que a média de abril inteiro".

"É muito difícil, quando a chuva é forte como foi esta noite, que a gente consiga evitar todo esse caos, mas a prefeitura está atenta, com todas as suas equipes na rua", afirmou o prefeito na noite de segunda.

Rio em estágio de crise: cidade registra mortes após chuva

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Águas de abril?

"Chuvas absurdas" no Rio estão longe de ser novidade, diz Rittl.

"Estamos acostumados com as chuvas de março fechando o verão. Mas já estamos no outono. Tamanha intensidade de chuva em um intervalo de tempo tão curto nessa época do ano não é normal", considera.

"Chuvas intensas são esperadas, mas não nesta época do ano", reforça a geógrafa Ana Luiza Coelho Netto.

Coordenadora do Laboratório de Geo-hidroecologia e Gestão de Riscos (Geoheco) da UFRJ, Netto acompanha os padrões dos regimes de chuva no país e afirma que as alterações têm ocorrido "numa velocidade surpreendente" do século 20 para cá, "acompanhando a velocidade das intervenções humanas" e gerando impactos exacerbados pela histórica falta de políticas públicas para lidar com o problema.

"A cidade vem acumulando um descaso na mesma magnitude do caos que se instalou hoje com a chuva", disse a especialista em entrevista à BBC News Brasil, enquanto se espantava com a quantidade de terra, blocos de cimento e pedras que rolavam pela rua onde vive Jardim Botânico. "Moro aqui há muitos anos e não lembro de ter visto um caos tão grande quanto este", afirma.

Netto lembrou sua infância no Rio, quando via as ruas do bairro de Botafogo completamente alagadas e pedia abrigo a vizinhos para esperar a água baixar.

"Até parece que isso é novidade, que a grande culpada é a chuva. Não é. É falta de política pública integrada para a cidade", diz a geógrafa.

"Isso não significa apenas fazer controle de enchente. É ter políticas de moradia, de transporte, de planejamento urbano, de tudo. Estamos falando de uma metrópole. Essa cidade concentra milhões de pessoas, e ninguém está seguro. Nas encostas tem deslizamento. Nas baixadas, enchentes. Cadê o nosso prefeito?"

"A gente acumula esse problema historicamente. A gente prefere ignorar a natureza dessa cidade, e o resultado é esse. Agora as chuvas intensas estão se tornando cada vez mais frequentes, esse caos será mais frequente, e não estamos preparados", desabafa Netto.

I das Enchentes

No fim de março, a geógrafa apresentou um panorama do histórico na I das Enchentes sobre inundações na cidade e os desafios que devem ser enfrentados para evitar novos desastres causados por tempestades.

A Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada em março deste ano na Câmara dos Vereadores em reação às mortes e destruição causados pelas chuvas de fevereiro.

O objetivo, segundo o vereador Tarcísio Motta (PSOL-RJ), presidente da I, é apurar as responsabilidades da prefeitura em reação ao temporal de fevereiro e propor um conjunto de ações e políticas públicas para prevenir e mitigar os efeitos de enchentes - buscando cobrar e estabelecer as responsabilidades do poder público.

"O que não é evitável é a chuva. A tragédia é evitável", considera Motta.

"A cidade precisa ter uma política de prevenção para diminuir os riscos que um evento climático extremo desses causa; para o momento, entendendo o que é preciso fazer durante um evento climático como esse para evitar riscos aos cidadãos; e para depois, evitando problemas de saúde pública, como a leptospirose", diz.

De acordo com o vereador, a prefeitura demorou muito a entrar no estado de alerta em fevereiro e custou a interditar vias em perigo, como a Avenida Niemeyer, onde o deslizamento de uma encosta atingiu um ônibus e matou duas pessoas. Para ele, a reação do poder público nesta chuva mais recente terá que ser avaliada nos próximos dias.

A I vai apurar ainda cortes orçamentários realizados pelo prefeito Marcelo Crivella, nos últimos dois anos, nas rubricas de prevenção a enchente. Motta afirma que a prefeitura reduziu recursos previstos, por exemplo, para ações rotineiras de drenagem.

"São cortes absurdos, feitos em nome da crise financeira no município, com gerando impactos muito piores das chuvas", afirma o presidente da I.

A I vai coletar depoimentos de moradores de algumas das comunidades mais afetadas pelas chuvas de fevereiro - como Vidigal, Guaratiba, Rocinha e Rio das Pedras.

"Normalmente os piores impactos não são necessariamente onde chove mais, mas onde há menor presença do Estado, e maior risco de deslizamentos", considera Motta.

'O Brasil tem que tratar essas questões com muita responsabilidade.'

Um levantamento do IBGE sobre municípios brasileiros indica que, entre 2013 e 2017, mais de 1,7 mil cidades sofreram com enchentes e alagamentos, enquanto mais de 2,7 mil - quase metade dos municípios do país - sofreram com secas severas.

Para o ambientalista Carlos Rittl, esses padrões não podem ser ignorados pelo governo brasileiro, que precisa fazer a sua parte para reduzir as emissões de carbono e alcançar o compromisso que o Brasil assumiu no Acordo de Paris.

"Isso não é algo que a gente deve para a comunidade internacional. É algo que o governo brasileiro deve para o cidadão, que está pagando um preço muito alto em função dessas chuvas absurdas", diz o secretário executivo do Observatório do Clima.

"As consequências podem ser gravíssimas para a saúde humana, para o abastecimento de água, para o fornecimento de energia, para a segurança alimentar, para as cidades costeiras", lista Rittl.

"Ou a gente se atenta e trata essas questões com muita responsabilidade, ou a gente vai pagar muito caro, com perdas de vidas humanas, de meios de vida e de meios de sobrevivência", alerta o ambientalista.

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