Protesto marca um mês do desaparecimento de Amarildo no Rio; relembre o caso

O desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, 43, completou nesta quarta-feira (14) um mês sem qualquer avanço na investigação ou informação oficial sobre seu paradeiro. Desde o dia 14 de julho, quando foi visto pela última vez, seu nome virou um símbolo da violência no Rio de Janeiro e provocou uma série de manifestações pelo Brasil e pelo mundo. Hoje, mais uma vez, familiares e moradores da Rocinha organizam a partir das 18h um protesto na comunidade para chamar a atenção para o caso.
Segundo a mulher dele, Elizabete Gomes, Amarildo foi levado por PMs da porta da casa onde o casal mora com os seis filhos até a base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, favela da zona sul ocupada em novembro do ano ado, "para averiguação".
De acordo com o comandante da unidade, major Edson dos Santos, ele foi liberado em seguida, quando se constatou que ele havia sido confundido com outra pessoa, e deixou o local caminhando. O pedreiro nunca mais foi visto.
As duas câmeras de monitoramento da base da UPP, que poderiam confirmar a versão do oficial, não estavam funcionando naquela noite. Os equipamentos de GPS (Sistema de Posicionamento Global, por satélites) dos carros da unidade que levaram Amarildo até a base também estavam desligados. Não foi possível saber, portanto, o trajeto percorrido.
Elio Gaspari: O capitão Nascimento e Amarildo
O que aconteceu a Amarildo? As câmeras da UPP da Rocinha tiveram uma pane e não registraram sua saída do prédio onde estivera detido. Tudo bem, Rubens Paiva fugiu da escolta do DOI e, depois de outubro de 1973, cerca de quarenta guerrilheiros foram resgatados no Araguaia por um disco voador albanês.
A Divisão de Homicídios da Polícia Civil trabalha com a hipótese de assassinato, cometido por policiais militares da UPP ou por traficantes de drogas da região.
A repercussão do sumiço acabou arranhando a imagem da UPP da Rocinha e coincidiu com o momento de mais baixa popularidade do governador Sérgio Cabral (PMDB), que tem sido alvo de protestos quase diários.
A Polícia Militar também entrou na mira das manifestações. Em diversos atos, manifestantes provocaram PMs gritando "Cadê o Amarildo">var Collection = { "path" : "commons.uol.com.br/monaco/export/api.uol.com.br/collection/noticias/cotidiano/data.json", "channel" : "cotidiano", "central" : "noticias", "titulo" : "Cotidiano", "search" : {"tags":"11229"} };