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Preso em Moçambique, Fuminho planejava controlar tráfico na África

13.abr.2020 - Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, ao ser preso em Moçambique - Arquivo pessoal
13.abr.2020 - Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, ao ser preso em Moçambique Imagem: Arquivo pessoal

Luís Adorno e Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

14/04/2020 13h51

Resumo da notícia

  • Braço direito de Marcola estava em hotel de luxo de Maputo desde 30 de março
  • Fuminho queria negociar drogas na África nos moldes de como fazia na América do Sul
  • Ele estava com dois nigerianos e não resistiu à prisão, dizem investigadores

Preso ontem em Maputo, capital de Moçambique, Gilberto Aparecido dos Santos, 49, o Fuminho, já istrava parte do tráfico local de drogas e de armas, em associação com organizações criminosas locais, e planejava controlar o crime no sul da África, nos mesmos moldes que controlou na América do Sul nos últimos dez anos, segundo investigações.

Fuminho estava hospedado em um hotel de luxo no bairro mais caro de Maputo, desde 30 de março. Segundo policiais federais, ele estava sendo monitorado de perto desde então. Ontem, foi detido ao voltar de uma clínica hospitalar, onde havia tratado um ferimento que tinha na perna direita. Não houve resistência à ordem de prisão.

Segundo o Sernic (Serviço Nacional de Investigação Criminal), de Moçambique, Fuminho estava com dois nigerianos e 15 celulares no momento da prisão. Com eles, foram apreendidos 100 gramas de maconha, cinco malas, uma pasta, um carro e o equivalente a R$ 4.100 — em moedas diferentes —, três aportes e três relógios.

A prisão do traficante foi comandada do Brasil, pelo coordenador geral de Repressão a Drogas e Facções Criminosas da Polícia Federal, delegado Elvis Secco. A operação teve apoio do Itamaraty, da DEA (órgão de combate às drogas dos Estados Unidos) e do Departamento de Polícia de Moçambique.

Para Rafael Alcadipani, professor de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especialista do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, "a prisão do Fuminho é um terremoto para o equilíbrio interno do PCC e pode afetar o controle do PCC na importação de parte da cocaína para o Brasil. Deve haver uma longa acomodação a esta situação com muitas consequências para o crime organizado no Brasil".

13.abr.2020 - Fuminho ao ser detido em Moçambique - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
13.abr.2020 - Fuminho ao ser detido em Moçambique
Imagem: Arquivo pessoal

Braço direito de Marcola

Fuminho estava foragido desde janeiro de 1999, quando fugiu da prisão com Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, no interior de São Paulo. Meses depois, Marcola foi recapturado.

Fuminho, desde então, se tornou seu principal sócio e braço direito em liberdade. Enquanto Marcola caminhava para ser o chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), Fuminho era alçado ao posto de um dos principais traficantes da América do Sul.

Apesar de ser tido pelo governo federal como um dos líderes do PCC, investigadores e pesquisadores que estão à sua procura há anos afirmam que ele não integra a facção. Ele era um dos principais sócios do PCC e prestava serviços que iam de importação de drogas e armas de países vizinhos para o Brasil, até atender pedidos diretamente de Marcola.

Segundo investigações, ele era o encarregado de encabeçar um plano para resgatar Marcola e também foi a cabeça pensante do assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, até então "número 2" do PCC, a mando de Marcola. Gegê do Mangue foi morto por não ter se empenhado em resgatar Marcola e porque estaria desviando dinheiro da facção.

13.abr.2020 - Fuminho ao ser detido em Moçambique - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
13.abr.2020 - Fuminho ao ser detido em Moçambique
Imagem: Arquivo pessoal

O cerco a Fuminho

Fuminho tinha carta branca da cúpula do PCC para determinar ações na fronteira do Brasil com países vizinhos, como, por exemplo, nomeações de chefes, assaltos a bancos e até mesmo resgates de prisões, nos moldes do que culminou com a saída de 75 presos em Pedro Juan Cabellero, no Paraguai, em janeiro deste ano. Segundo a polícia paraguaia, essa fuga custou ao menos R$ 6 milhões à facção.

O traficante era tido como peça-chave nos negócios entre o PCC e a máfia italiana 'Ndrangheta, tida atualmente como a maior organização criminosa do mundo. Investigação europeia relata que Domenico Pelle, apontado como o principal chefe da máfia na Itália, esteve em São Paulo para negociar drogas pessoalmente com lideranças do PCC pelo menos duas vezes, entre 2016 e 2017, entre eles Fuminho. Pelle foi preso na Europa em dezembro de 2018.

Policiais civis estimam que a investigação que chegou até Fuminho pode ser a sequência de um fio de golpes dados à facção. Após interceptações telefônicas e de recados entre faccionados e o isolamento de toda a cúpula em presídios federais, em setembro do ano ado foi preso André de Oliveira Macedo, o André do Rap.

Ele era a ponte direta entre Fuminho e a máfia italiana na Baixada Santista. O local é extremamente estratégico para a facção, uma vez que a droga que é exportada para a Itália parte do porto de Santos. André do Rap conversava tanto com correspondentes da 'Ndrangheta em São Paulo quanto com Fuminho. Policiais dizem que essa prisão foi preponderante para traçar a rota de Fuminho.

Ao redor do mundo

Desde que fugiu da Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru, zona norte da capital, em 12 de janeiro de 1999, investigadores dizem que Fuminho rodou o mundo como um dos principais traficantes do planeta. Nos últimos dez anos, se baseou na Bolívia, mas circulava constantemente entre Paraguai e Brasil.

Membros da cúpula da PF e de setores de inteligência do governo federal afirmaram à reportagem do UOL, no ano ado, que a prisão de Fuminho estava próxima. Em 2019, já havia sido identificada a movimentação de Fuminho pela África. Para policiais civis de São Paulo, o traficante, que estava baseado na Bolívia, costumava viajar constantemente ao Brasil por negócios.

Investigadores dizem que, recentemente, Fuminho negociava drogas e armas em diversos países africanos, estabelecendo uma rede de parceiros, principalmente com nigerianos. Essa parceria com nigerianos é antiga. Alguns sócios do país africano estariam escalados, por exemplo, para tentar resgatar Marcola da prisão, em 2018, 2019 e 2020. Além disso, o traficante mantinha empresas de fachada, para lavagem de dinheiro.

Fuminho, na verdade, era chamado por seus parceiros de crime como "Fininho", por ser magro. Um comunicado entre presos que o mencionava, no entanto, foi mal interpretado pelas autoridades de segurança, e o nome dele ou a ser mencionado como Fuminho entre as autoridades policiais.A reportagem não localizou a defesa do traficante.

Ouça também o podcast Ficha Criminal, com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil. Esse e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.