Militares distribuem flores para moradoras de favela em operação no Rio

Militares das Forças Armadas aproveitaram o Dia Internacional da Mulher para distribuir nesta quinta-feira (8) flores para moradoras da favela Vila Kennedy, na zona oeste do Rio de Janeiro, que a hoje pela quinta operação de segurança em duas semanas. As flores são parte do esforço da equipe de intervenção federal para tentar ganhar a confiança da população.
Essa é a segunda vez que os militares tentam uma aproximação amigável com moradores da área onde realizam operações militares. Foram distribuídas mil rosas brancas, segundo o Comando Militar do Leste. Elas foram doadas por um empresário ex-militar que apoia a intervenção.
Na última sexta-feira (2), um grupo de oficiais distribuiu gibis do “Recrutinha” --personagem criado pelo departamento de comunicação do Exército-- a crianças do Jardim Catarina, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Na história, um menino recebia ajuda do Exército para prender monstros de outro planeta que invadiam a vizinhança.
O UOL apurou que essas ações são só o começo de uma estratégia ampla adotada pelo interventor, general Walter Braga Netto, para tentar convencer moradores de favelas que não precisam dos “favores” de traficantes de drogas e podem confiar no Estado.
Ou seja, atualmente muitos moradores de comunidades pobres dominadas pelo tráfico de drogas acabam fazendo vistas grossas à ação de bandidos porque o crime organizado os ajuda com “favores” --como dar proteção, resolver desavenças e até ajudar financeiramente ou providenciar serviços básicos para moradores em dificuldade.
A ideia do interventor é tentar reverter essa lógica e tornar o Estado mais presente. A distribuição de flores e gibis é apenas o contato inicial dessa estratégia, segundo oficiais ligados ao Gabinete de Intervenção Federal.
Em breve, a equipe de intervenção deve levar para comunidades assoladas por traficantes não apenas as forças de segurança, mas também serviços públicos básicos.
Braga Netto se reuniu com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) e seu gabinete há duas semanas para começar essa articulação. O processo de preparação para que outros órgãos públicos participem das operações militares, está em andamento.
Vila Kennedy
A operação desta quinta-feira na Vila Kennedy é a quinta grande ação das Forças Armadas na região desde o início da intervenção. A ação na favela é encarada como um possível modelo para as forças de segurança do Rio.
Segundo o Comando Militar do Leste, 1.400 militares, blindados, helicópteros e equipamentos pesados de engenharia, como tratores e britadeiras, participam da operação.
O objetivo principal é ajudar a polícia a patrulhar a região e evitar que criminosos voltem a instalar barricadas nas ruas.
Segundo o interventor, não haverá ocupação prolongada de favelas no Rio, mas as Forças Armadas e as polícias realizarão ações temporárias e de surpresa em regiões dominadas pelo crime organizado.
A primeira grande ação na Vila Kennedy ocorreu no dia 23 de fevereiro, após a polícia apreender na região a arma do sargento do Exército Bruno Cazuka, que havia sido assassinado dias antes por criminosos em Campo Grande, também na zona oeste.
As forças de segurança prenderam suspeitos e destruíram barricadas montadas pelo crime organizado para impedir a agem de veículos pelas ruas.
A ação se repetiu nos dias 26 de fevereiro e 3 de março. Porém, na última segunda-feira (5), helicópteros de redes de TV sobrevoaram a área e mostraram que o crime organizado havia reinstalado barricadas.
As Forças Armadas então voltaram à favela na quarta-feira (7) e destruíram novamente as barreiras. A ação desta quinta-feira visa evitar que o crime organizado volte a dominar a região.
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