'Você não sabe para onde sua imagem vai': os riscos do reconhecimento facial | Podcast UOL Prime #70
Do UOL, em São Paulo
15/05/2025 05h20
Basta você ir a um prédio e, em vez de se identificar citando um documento, mostrar seu rosto para uma câmera e liberar o o. Sistemas de reconhecimento facial estão se espalhando em condomínios e em prédios comerciais.
O uso de biometria facial é vantajoso, pois nos permite entrar em um local em questão de segundos. Mas também é uma informação definida como sensível pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Ela permite a identificação única da pessoa, e o vazamento é considerado grave, pois se trata de uma informação imutável.
O podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, entrevista o repórter Guilherme Tagiaroli sobre a reportagem "'Fiquei presa no prédio por recusar biometria facial': entenda seu direito", que fala sobre os dilemas do uso da tecnologia para controle de o em diferentes ambientes.
"Iniciativas de reconhecimento facial começaram a se popularizar durante a pandemia por uma questão higiênica. Nos últimos três anos, houve um barateamento da tecnologia", diz Tagiaroli.
O episódio trata do limbo jurídico da tecnologia. Vários locais a implementam, mas ainda não há regras claras.
A ausência de jurisprudência sobre o reconhecimento facial alimenta a tensão entre moradores, síndicos e as de condomínios.
"O condomínio talvez não tenha noção da importância que é o cuidado com o rosto das pessoas", diz Tagiaroli. "O vazamento de dados tão sensíveis pode trazer uma série de consequências."
Especialistas argumentam que a utilização de informações do rosto de uma pessoa não deveria ser banal, mas submetido a rigorosas práticas de segurança e privacidade.
O uso indiscriminado do mecanismo facilita a ação de golpistas, que podem usar imagens vazadas para ar a conta gov.br ou abrir contas bancárias em nome da vítima.
A ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) planeja criar uma regra para o assunto até o fim de 2025.
O podcast UOL Prime é publicado às quintas-feiras no YouTube do UOL Prime, Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer e em todas as plataformas de podcast.