'Viraram uma dinastia': os parentes de políticos nos Tribunais de Contas | Podcast UOL Prime #71
Do UOL, em São Paulo
22/05/2025 05h20
Ao menos 32% dos conselheiros de todos os tribunais de contas do Brasil têm políticos como parentes, mostra levantamento inédito feito pelo UOL.
São pais, filhos, irmãos, sobrinhos, maridos e esposas com cargos vitalícios e salários altos, ocupando vagas que dão poder, dinheiro e prestígio.
Desses, há 19 governadores ou ex-ocupantes do cargo com parentes em tribunais de contas. Pelo menos seis ministros do governo do presidente Lula (PT) têm esposa ou irmão nessas cortes.
É sobre esta apuração que José Roberto de Toledo conversa com a repórter Julia Affonso no novo episódio do podcast UOL Prime.
"A pergunta que fica é como esperar isenção de quem tem vínculos tão próximos com o poder para julgar as contas públicas", questiona Toledo.
Para a série de reportagens "Brasil dos Privilégios", o UOL analisou o histórico e o parentesco de conselheiros dos 33 tribunais de contas do país —estaduais, municipais e da União.
De 225 autoridades que estão na ativa, 74 têm parentes que trabalham ou atuaram na política.
"É um conflito difícil de resolver, pois não há nenhuma regra que diga que parentes de políticos ou ex-políticos não possam ser conselheiros", afirma Julia.
A repórter explica que os políticos procuram aliados nos mais diversos cargos em diferentes órgãos públicos. "Você vai ocupando os espaços de poder e ampliando a sua influência."
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