Com veto a Airbnb, 'studios populares' em áreas nobres de SP viram mico | Podcast UOL Prime #74
Do UOL, em São Paulo
12/06/2025 05h20
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) editou novas regras para tentar ajustar a política municipal que, no papel, facilita a sonhada compra da casa própria por famílias de baixa renda em São Paulo.
Nesta edição do podcast UOL Prime, o apresentador José Roberto de Toledo e a repórter Adriana Ferraz explicam os pontos principais do decreto e comentam as dificuldades que o município, de novo, enfrentará para colocá-los em prática.
A principal novidade diz respeito ao preço dos imóveis.
A partir de agora, as construtoras que se utilizarem de incentivos públicos para erguer projetos de habitação social não poderão cobrar mais de R$ 518 mil por apartamento.
"No caso de famílias enquadradas na faixa de renda mais baixa, que vai de zero a três salários mínimos, por exemplo, o valor máximo não poderá ultraar R$ 266 mil", explica Adriana.
A prefeitura ainda impôs limite para o valor do aluguel cobrado por proprietários de moradias sociais e vetou locação de curta temporada, afetando diretamente quem comprou essas unidades como investimento.
"Quer dizer que o cara que tinha comprado para fazer Airbnb dançou? O que ele vai fazer com aquilo?", questiona Toledo.
Apenas no Itaim Bibi, bairro nobre da cidade, a prefeitura liberou a construção de 6.695 apartamentos, a maioria do tipo studios, enquadrados como moradia social.
São imóveis como as antigas quitinetes —costumam ter entre 20 e 35 m² e ambientes integrados.
Em meio a tanta mudança —e suspeitas do mau uso do dinheiro público—, a Câmara Municipal de São Paulo se nega a fiscalizar.
Ao longo do programa, Toledo e Adriana falam sobre uma I a respeito que caiu antes mesmo de começar.
"No início do ano, depois de todas as reportagens, da ação civil apresentada pelo Ministério Público à Justiça, os vereadores voltaram de férias dizendo que iam abrir uma I para investigar o uso do dinheiro público no licenciamento das habitações de interesse social", conta Adriana.
"Aprovaram a I. Mas para ser instalada de fato, os partidos precisam indicar representantes dentro de um prazo legal. O que aconteceu? Ninguém indicou."
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